O SEGURO NÃO MORREU DE VELHO
Onde está a felicidade? Quando meu sonho se tornará realidade? Como viver em paz? O que é o certo e o errado? O que devo ou não devo fazer? E se eu me arrepender? E se eu não me arrepender?
Tantas dúvidas e nenhuma resposta exata. Viver é um risco e, se penso em arriscar, a possibilidade de me machucar é tão grande, que, às vezes, decidimos pelo mais seguro, o qual sabemos que dará certo. Será? E dá certo mesmo?
Eu não sei o que é certo. O melhor para mim é não saber o que vai acontecer. Adoro surpresas. Mesmo as ruins. Claro, no momento exato do imprevisto mal-bem-vindo, fico triste, com raiva, frustrado, com medo, na defensiva. Mas, em seguida, e o em seguida pode demorar de minutos a anos, cresço, aprendo, desperto uma nova forma de olhar a vida a partir daquela experiência.
Neste momento, se torna inerente uma melhor forma de lidar com as coisas e comigo mesmo, principalmente com minhas emoções e com o que sinto em relação a tudo e a todos.
O seguro não morreu de velho, morreu de tédio, talvez nem tenha vivido, amado, sofrido.
Eu sim quero morrer velho, um velho louco, incoerente, sem segurança, sem certezas, com poesia, com fluidez, com dança, com sabedoria, sem levar a vida tão a sério, sem depender de ninguém e ninguém depender de mim.
A segurança, a falta de fazer por medo de errar ou de sofrer, eu deixo para quem quer morrer para a vida antes do tempo.
Bruno Vicente