O QUE É AUTOCONHECIMENTO?
Virou moda falar de autoconhecimento, é descolado! De repente, todo mundo diz que é importante, que muda a vida e que blá, blá, blá...
Mas ninguém diz claramente o que é esse tal autoconhecimento, nem como fazê-lo, menos ainda qual o resultado dele e o que muda na vida de quem o alcançou.
Que autoconhecimento é ter conhecimento de si, isso todos entendemos, afinal, a definição é repetida aos quatro cantos o tempo todo. Mas, escapando do óbvio, o que é autoconhecimento? O que de fato é ter conhecimento de si? O que tem nele de tão especial que de repente se tornou imprescindível?!
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Conhecer-se é ter consciência clara de quem se é. Saber exatamente o seu tamanho, conhecer suas capacidades e limites, ter clareza exata de onde está e onde quer chegar, e, sobretudo, qual caminho deseja trilhar e que preço está disposto a pagar.
Conhecer-se é saber quais são suas vontades, desejos, predileções e repelências, o que o incomoda ou agrada, amplia ou apequena. O que pensa, sente ou imagina. O que quer e o que não quer, o que queria querer ou o que é apenas o agradar do querer alheio.
É saber o seu sentir, prever suas reações, conhecer seus medos e, sobretudo, o tamanho da sua coragem para enfrentá-los. Conhecer-se significa olhar pra si e se ver nu e cru, exposto sem a falsa proteção do véu social. Conhecer-se é ter ciência de quem é de fato, e não apenas de quem você pode ser ou queria ser. Conhecer-se é se assistir fazendo tudo aquilo que você faria, caso tivesse certeza que ninguém está olhando e te julgando. Conhecer-se é olhar-se e enxergar o seu SER e não quem você DEVE SER.
Autoconhecimento é discernir-se dentro do seu próprio mundo.
É ter consciência que em meio a qualidades, defeitos, capacidades e limites, você é único; e que não pode tudo, ninguém pode, mas que pode muito mais e melhor do que normalmente faz. É saber tudo que tem e tudo que falta, e usar inclusive as faltas a seu favor.
Quando a gente se conhece, a gente consegue se usar por inteiro e extrair o melhor de nós. Nos tornamos mais criativos, menos reativos e mais assertivos, prevemos o descontrole, lidamos melhor com as emoções.
Conhecer-se possibilita escolher. Fazer escolhas é a chave da liberdade, escolher bem é a chave pra viver melhor, o seu melhor, não o melhor que serve pra todo mundo. Aliás, conhecer-se é descobrir que não existe receita mágica, ferramenta perfeita que atenda a demanda e funcione pra todos. Conhece-se é ter consciência clara que você é você, e que a sua necessidade não é exatamente idêntica a dos outros, e que, portanto, o que de repente caiu como uma luva pro colega não serve pra você.
Mas, como fazer, qual o segredo?
O segredo é que não tem segredo. Autoconhecimento é olhar pra dentro de você, se esmiuçar, procurar até encontrar e, quando encontrar, continuar procurando, porque autoconhecimento não é responder, é perguntar.
É perguntar, perguntar e perguntar de novo, responder, não se contentar e continuar perguntando, melhorando cada vez mais a pergunta.
Autoconhecimento é colocar um ponto de interrogação no final de todas as frases, é ser curioso, é querer saber mais e melhor cada vez mais. É ter interesse e nunca se cansar de olhar pra si mesmo. É ter uma sede infinita que nunca acaba, quanto mais você bebe da sua fonte, mais você quer beber, quanto mais se pergunta, mais quer saber. Autoconhecimento é não focar na resposta, mas melhor a pergunta, porque a resposta certa só nasce da pergunta certa.
Quem tem autoconhecimento muda a vida de verdade, não porque ganha superpoderes, mas porque descobre as possibilidades, é o poder da escolha. Percebe que tudo na sua vida está ao alcance das suas decisões, enxerga as melhores opções, soluciona seus problemas com mais exatidão e, o mais importante, reconhece que existem momentos e eventos que não tem remédio, e, se remediado está, então o melhor a fazer é aceitar, mudar a estratégia, mas nunca desistir de sonhar, pois o sonho é o tempero da vida. Quem se conhece aprende a lidar consigo mesmo e, a partir daí, lida com qualquer um, pois sabe que “pau que bate em Chico também bate em Francisco.”
Paula Maria
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